30 de abril de 2009

Tanque de vegetais

Cultura: todo o produto da acção do Homem num determinado local, numa dada época - assim me ensinaram na escolinha. Mas não sei até que ponto a definição se mantém actual (atual?). Porque hoje em dia a cultura, a existir, é mais produto da inacção do Homem do que da sua acção per se (se bem que em Psicologia, não agir é uma acção, o que nos levaria para outra discussão completamente diferente).
O meu ponto hoje é que a cultura, nos dias que correm, é algo tão massificado e padronizado, que não deixa margem de manobra (aliás, deixa, mas curta) para o espaço do indivíduo, para a sua opinião, para a sua visão sobre o assunto, ou se preferirem resumir: para a crítica. Não obviamente no sentido do "dizer mal" (apesar da aparente especialização que cada vez mais se vê por aí), mas no sentido de analisar, reflectir, ponderar, avaliar e tecer opinião, visão, ponto de vista. Isto é, torna-se mais simples (e o ser humano é por tendência natural preguiçoso) não pensar, não reflectir e aceitar o que nos é mostrado, o que nos é dado, o que nos é dito. E isto está bem patente nas nossas notícias, nas séries de televisão, nos espectáculos de teatro, na lista dos livros mais vendidos e por aí fora.
Mas há que procurar mais. Tentar chegar mais longe. Almejar a arte e não apenas o entretenimento -- e esta é com dedicatória ;)
Dá mais trabalho, é verdade. Mas só assim passamos de um vegetal dentro do tanque para um ser pensante (e "penso, logo existo") cuja opinião, ainda que possa mais tarde englobar-se numa corrente massificada, foi reflectida e pensada, e não apenas aceite automaticamente, sem questionar. Para quê? Enfim, se há quem ainda faça esta pergunta, é porque ainda não está preparado para saber a resposta...
Cumprimentos cordiais.

20 de abril de 2009

Matemática mágica

Tendo mesmo agora acabado de escrever e publicar o 3º post, eis que me apercebo deste belo momento de coincidência (para quem acredita nelas) matemática:

o 1º post foi escrito no dia 6 de Abril.

o 2º post foi escrito no dia 14 de Abril.
6+14 = 20
ora, o 3º post foi escrito no dia.... 20, precisamente.

curioso, huh?
cumprimentos cordiais.

Estupidez que prejudica

Hoje vou debruçar-me sobre mais um grande tema dos nossos dias: a estupidez que prejudica. Sim, porque dantes, no tempo dos nossos pais e avós, havia pessoas estúpidas - evidentemente - mas estas deixavam-se estar no seu canto, sendo até por vezes alvo de graçolas, mas cuja existência, de um modo geral, era harmoniosa com a restante população não-acéfala.
Hoje em dia é diferente, parece ter havido todo um movimento de emancipação dos estúpidos e nós, possuidores de inteligência (ainda que possa ser pouca), somos forçados a reparar neles, não por via de uma casual piada, mas pelos danos, maiores ou menores, que não raras vezes nos causam. E isso, parecendo que não, chateia.
Ora, eis o meu mais recente caso: uma imbecil funcionária de uma gasolineira (calhou ser uma mulher, poderia bem ter sido um homem; não discrimino as fêmeas) que, tão proficiente que era no uso de um sofisticado engenho como é um terminal de pagamento com multibanco, teve de fazer passar o meu cartão - quer o chip, quer a banda magnética - inúmeras vezes, o que originou - e julgo que já ia na 15ª tentativa - não só o pagamento do combustível (obviamente), como a inutilização do meu cartão que, após variados ensaios em caixas multibanco, surge sempre como "danificado". Consequência: não só estou sem cartão até pedir e receber o novo pelo correio, como ainda tenho de pagar 6€ pela substituição.
Um grande e sincero bem-haja a estes seres detentores da estupidez que prejudica que, não só parecem vir a reproduzir-se ao longo do tempo, como insistem em dar sinais da sua existência.
Cumprimentos cordiais.

14 de abril de 2009

Call-centers

Já não escrevia há algum tempo. A culpa é da Páscoa. Por falar nisso, espero que tenham tido uma Boa e Santa Páscoa Feliz (sim, para o ano vou usar esta frase!). Mas não é sobre a Páscoa que vou falar agora. Hoje debruço-me sobre a magia dos call-centers.
Isto porque há pouco tive uma anomalia no meu visa: o cartão está activo e o plafond disponível - ainda ontem o usei numa loja -, mas por algum motivo não consegui usá-lo numa transacção online. Porquê?
Fui procurar a resposta à voz sapiente das pessoas que trabalham nos call-centers.

Depois da seca habitual da gravação, onde tive de inserir os meus dados de segurança, atende-me uma simpática jovem que me pede os mesmos dados outra vez. Impecável!
De referir que antes disto, a rapariga teve a delicadeza de me perguntar o nome e se tenho passado bem. Foi atencioso. Sobretudo tendo em conta que obviamente não estou bem porque o meu visa não funciona, caso contrário não teria ligado para lá. Jiaho...
Para não variar, depois de eu "ter disponibilidade para aguardar um momento em linha", a conclusão brilhante a que ela chegou foi que o meu cartão está activo e o plafond disponível, portanto não se passa nada com o cartão. "Então porque motivo não consigo fazer o pagamento?" - repliquei. "Ah, pois, não temos mais nenhuma informação, mas amanhã de manhã o departamento técnico já pode analisar melhor a sua situação" - responde ela. Era giro se por algum dramático motivo a minha vida dependesse desta transacção: olhe, ligue amanhã sff. Ridículo!
Tristemente (deve ser azar meu), não é a primeira vez que um episódio semelhante me acontece com call-centers. Com este tipo de apoio até dá gosto pagar a chamada, não é?

Cumprimentos cordiais.

6 de abril de 2009

O Rei vai Nú

É verdade: o Rei vai nú. Ou se calhar não.
Aliás, suspeito mesmo que não vai nú - isto a crise anda aí, mas não exageremos. Nú não vai.

Ainda assim, se fosse nú ninguém dizia. Pode ser arte. Ou fashion. Dois conceitos deveras interessantes. Mas sobre os quais o comum zé povinho nem ousa reflectir. Nem que seja porque não sabe sequer o que reflectir significa. É assim porque alguém disse, vinha na revista ou deu na tertúlia cor-de-rosa. Ou será cor de rosa? Agora com o fantástico Acordo Ortográfico em que se deixa de usar hífenes ninguém sabe. Se alguém souber, que me avise a tempo. Pelo menos enquanto a língua ainda se assemelha minimamente à do Poeta...

Mas já estamos a fugir ao assunto. Afinal... Vai nú? Ou não vai nú?
Cumprimentos cordiais.